23 de dezembro de 2010

Don't Ask, Don't Tell

O Presidente norte-americano assinou o fim da política de “Don’t Ask, Don’t Tell”, que permitia que homossexuais servissem no Exército apenas se não admitisse a sua homossexualidade.

O Presidente disse que estava orgulhoso de assinar uma lei que acaba com uma prática que considera discriminatória e que "fortalece a nossa segurança nacional". A lei espelha "os ideais que os nossos homens e mulheres arriscam a vida para defender", disse ainda Obama, acrescentando que "agora dezenas de milhar de americanos em uniforme não vão ter de viver uma mentira".

A assinatura não faz, no entanto, com que termine imediatamente a política “Don’t Ask, Don’t Tell”: o Pentágono vai ainda certificar, perante o Congresso, que o Exército tem certas condições, como programas de educação e treino para as tropas explica o diário norte-americano "Washington Post". E o Presidente deverá ainda, com o secretário da Defesa, Robert Gates, e com o chefe do Estado Maior Interarmas, o almirante Mike Mullen, “certificar” por escrito que a aplicação das novas regras não comprometerá “o nível de preparação das forças armadas, a coesão das unidades e o recrutamento”. Depois, os regulamentos do Exército terão de ser alterados e será pedido aos chefes das unidades que preparem os militares para as mudanças.

Quando entrar em vigor – e o próprio Presidente Obama avisou que até então mantém-se a velha lei – será a primeira vez que homossexuais podem servir no Exército sem esconder a sua orientação sexual. A cerimónia teve na assistência defensores dos direitos civis e vários membros do Exército que foram exonerados por assumirem a sua homossexualidade.

Os homossexuais não podiam servir no Exército até 1993, quando o então Presidente, Bill Clinton, introduziu a política "Don’t Ask, Don’t Tell", permitindo-lhes alistarem-se desde que mantivessem em segredo a sua orientação sexual.

Ao longo de 17 anos, mais de 13 mil homens e mulheres foram exonerados ao abrigo desta política. Segundo as estatísticas do Departamento da Defesa, 2001 foi o ano em que se verificaram mais expulsões (1227). Os números começaram a diminuir assim que os Estados Unidos invadiram o Afeganistão, no fim desse ano, e em 2009 foram expulsos 428 soldados gay.


in Público

4 comentários:

um coelho disse...

Finalmente terminou uma grande estupidez. Não é o fim do preconceito, mas acredito que é o princípio do fim.

João Roque disse...

Mais vale tarde do que nunca...

Mike disse...

Embora não se vislubrem grandes alterações imediatas, já muito se fez e é sem dúvida um enooorme passo para a "normalidade".
Abraços.

paulo disse...

bolas, finalmente!