“Dizei que não sei quem sou,
nem o que digo,
nem o que faça, nem o que siga...
...Sou quem anda e não se muda,
sou quem cala e sempre grita
sem sossego;
sou quem vive em morte cruda
sou quem arde e não se muda
com o fogo.
Sou quem corre e está preso,
sou quem voa e não se afasta
do amor;
sou quem prazer tem por pena
sou quem pena e não se queixa
dessa dor...”
excerto da peça Don Duardos, de Gil Vicente
4 comentários:
Li hoje num blog amigo algo que aqui se aplica de forma especial: Gil Vicente tinha o dom de "brincar com as palavras"...
Abraço.
Não imaginava o Gil a escrever assim. Deve ser do trauma da "Barca do Inferno". Mas, está muito bem, sim senhor...
Pinguim, esta peça de teatro está cheia de exemplos dessas "brincadeiras com as palavras". E se dá gozo lê-las, muito mais representar um texto assim.
Abraço.
Socrates, o homem tinha a sua pancada e a Barca do Auto do Inferno fizeram mossa. Que dizer do Monóogo do Vaqueiro?!!
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