12 de novembro de 2009

Sou...

“Dizei que não sei quem sou,
nem o que digo,
nem o que faça, nem o que siga...
...Sou quem anda e não se muda,
sou quem cala e sempre grita
sem sossego;
sou quem vive em morte cruda
sou quem arde e não se muda
com o fogo.
Sou quem corre e está preso,
sou quem voa e não se afasta
do amor;
sou quem prazer tem por pena
sou quem pena e não se queixa
dessa dor...”

excerto da peça Don Duardos, de Gil Vicente

4 comentários:

João Roque disse...

Li hoje num blog amigo algo que aqui se aplica de forma especial: Gil Vicente tinha o dom de "brincar com as palavras"...
Abraço.

Socrates daSilva disse...

Não imaginava o Gil a escrever assim. Deve ser do trauma da "Barca do Inferno". Mas, está muito bem, sim senhor...

Mike disse...

Pinguim, esta peça de teatro está cheia de exemplos dessas "brincadeiras com as palavras". E se dá gozo lê-las, muito mais representar um texto assim.
Abraço.

Mike disse...

Socrates, o homem tinha a sua pancada e a Barca do Auto do Inferno fizeram mossa. Que dizer do Monóogo do Vaqueiro?!!