26 de janeiro de 2011
25 de janeiro de 2011
O homem que tem sido constantemente raptado
O assunto é sério. (Tão sério que basta olhar para a cara do jornalista)
O testemunho do ouvinte e o diálogo com o jornalista são priceless.
Tentem não rir. :-)
O testemunho do ouvinte e o diálogo com o jornalista são priceless.
Tentem não rir. :-)
24 de janeiro de 2011
1978>2011
Situação: O fim das férias.
Ano 1978:
Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, terminam as férias.
No dia seguinte vai-se trabalhar.
Ano 2011:
Depois de voltar de Cancún de uma viagem com tudo pago, terminam as férias.
As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia e caganeira e metem uns dias de baixa para recuperarem das férias.
Situação: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno.
Ano 1978:
Não se passa nada.
Ano 2011:
As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e caganeira.
Situação: O Pedro está a pensar ir até ao monte depois das aulas, assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder fazer uma fisga.
Ano 1978:
O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.
Ano 2011:
A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório.
A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.
Situação: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas.
Ano 1978:
Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos.
Ano 2011:
A escola é encerrada. A RTP proclama o mês anti-violência escolar, o Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar um pivôt à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.
Situação: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas.
Ano 1978:
Mandam o Jaime ir falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho.
O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.
Ano 2011:
Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalin. O Jaime parece um zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.
Situação: O Luis parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este.
Ano 1978:
O Luis tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem sucedido.
Ano 2011:
Prendem o pai do Luís por maus-tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua.
Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre.
A mãe do Luís começa a namorar com o psicólogo.
O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.
A TVI faz uma novela de 600 episódios baseados no drama da vida real.
Situação: O Zézinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A sua professora Maria encontra-o sentado na berma da pista a chorar. Maria abraça-o para o consolar.
Ano 1978:
Passado pouco tempo, o Zézinho sente-se melhor e continua a correr.
Ano 2011:
A Maria é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego.
Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zézinho passa 5 anos de terapia em terapia.
Os seus pais processam a escola por negligência e a Maria por trauma emocional, ganhando ambos os processos. Maria, no desemprego e cheia de dívidas suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de
um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda.
O dono do carro e do apartamento processam os familiares da Maria por destruição de propriedade. Ganham.
A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso e a RTP promove debates e especiais de informação.
Situação: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado "chocolate" ao outro.
Ano 1978:
Depois de uns socos esquivos, levantam-se e cada um para sua casa.
Amanhã são colegas e tornam-se grandes amigos.
Ano 2011:
A TVI envia os seus melhores correspondentes.
A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a averiguar factos.
A RTP emite programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial.
A juventude Skinhead finge revolucionar-se a respeito disto.
O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.
Situação: Fazias uma asneira na sala de aula.
Ano 1978:
O professor espetava duas valentes lostras bem merecidas.
Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque "alguma deves ter feito".
Ano 2011:
Fazes uma asneira. O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation 3.
(recebido por e-mail)
Ano 1978:
Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, terminam as férias.
No dia seguinte vai-se trabalhar.
Ano 2011:
Depois de voltar de Cancún de uma viagem com tudo pago, terminam as férias.
As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia e caganeira e metem uns dias de baixa para recuperarem das férias.
Situação: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno.
Ano 1978:
Não se passa nada.
Ano 2011:
As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e caganeira.
Situação: O Pedro está a pensar ir até ao monte depois das aulas, assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder fazer uma fisga.
Ano 1978:
O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.
Ano 2011:
A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório.
A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.
Situação: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas.
Ano 1978:
Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos.
Ano 2011:
A escola é encerrada. A RTP proclama o mês anti-violência escolar, o Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar um pivôt à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.
Situação: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas.
Ano 1978:
Mandam o Jaime ir falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho.
O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.
Ano 2011:
Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalin. O Jaime parece um zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.
Situação: O Luis parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este.
Ano 1978:
O Luis tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem sucedido.
Ano 2011:
Prendem o pai do Luís por maus-tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua.
Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre.
A mãe do Luís começa a namorar com o psicólogo.
O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.
A TVI faz uma novela de 600 episódios baseados no drama da vida real.
Situação: O Zézinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A sua professora Maria encontra-o sentado na berma da pista a chorar. Maria abraça-o para o consolar.
Ano 1978:
Passado pouco tempo, o Zézinho sente-se melhor e continua a correr.
Ano 2011:
A Maria é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego.
Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zézinho passa 5 anos de terapia em terapia.
Os seus pais processam a escola por negligência e a Maria por trauma emocional, ganhando ambos os processos. Maria, no desemprego e cheia de dívidas suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de
um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda.
O dono do carro e do apartamento processam os familiares da Maria por destruição de propriedade. Ganham.
A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso e a RTP promove debates e especiais de informação.
Situação: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado "chocolate" ao outro.
Ano 1978:
Depois de uns socos esquivos, levantam-se e cada um para sua casa.
Amanhã são colegas e tornam-se grandes amigos.
Ano 2011:
A TVI envia os seus melhores correspondentes.
A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a averiguar factos.
A RTP emite programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial.
A juventude Skinhead finge revolucionar-se a respeito disto.
O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.
Situação: Fazias uma asneira na sala de aula.
Ano 1978:
O professor espetava duas valentes lostras bem merecidas.
Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque "alguma deves ter feito".
Ano 2011:
Fazes uma asneira. O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation 3.
(recebido por e-mail)
22 de janeiro de 2011
Dia de reflexão
O dia de hoje serve para reflectirmos acerca do acto eleitoral de amanhã.
.
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Prontos, já está!
.
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Prontos, já está!
20 de janeiro de 2011
Como?!...
...é possível ter-se uma infância feliz com um nome destes?!
Lyonce Viiktória
É como se chama a filha de Luciana Abreu e Yannick Djaló que resulta da fusão dos dois nomes.
Lyonce Viiktória
É como se chama a filha de Luciana Abreu e Yannick Djaló que resulta da fusão dos dois nomes.
18 de janeiro de 2011
Como se reza o Pai Nosso...na Damaia
Hey brother que tás no alto
Não sejas cota não sejas ralha
Aceita no teu reino a maralha.
Tás a ouvir, Man? Yo!
Dá-nos os morfes do dia a dia
Desculpa lá qualquer coisinha
Qu'a gente perdoa-lhes também.
Livra-nos do mal, livra-nos da bófia .
Tu tens o power.
Tu tens a glory.
Agora, Man,
Para sempre Man:
Fica cool!
Tasse bem...
Yo!
Não sejas cota não sejas ralha
Aceita no teu reino a maralha.
Tás a ouvir, Man? Yo!
Dá-nos os morfes do dia a dia
Desculpa lá qualquer coisinha
Qu'a gente perdoa-lhes também.
Livra-nos do mal, livra-nos da bófia .
Tu tens o power.
Tu tens a glory.
Agora, Man,
Para sempre Man:
Fica cool!
Tasse bem...
Yo!
(Enviado por e-mail)
15 de janeiro de 2011
[Posto de Escuta] - Diagram of the Heart
Música para Sábado à noite.
Mais sobre os Diagram of the Heart aqui.
P.S.: Ah!, e a moça que rodopia como se não houvesse amanhã é portuguesa e é a campeã europeia de dança de varão.
14 de janeiro de 2011
Hoje ao almoço...
... mais uma pérola do fabuloso mundo da restauração.
- Desculpe, mas eu pedi um Ice Tea de Manga e o senhor trouxe-me um Frutea de Maracujá.
- Vá, isso é tudo chá só que um é Ice e o outro é Fru, mas no fundo é tudo a mesma coisa. Eh!Eh!Eh!Eh! (um rir com vontade)
E antes de me voltar as costas e abandonar a mesa mandou-me um daqueles olhares como quem diz: "Olha-me m'este agora com esquisitices".
- Desculpe, mas eu pedi um Ice Tea de Manga e o senhor trouxe-me um Frutea de Maracujá.
- Vá, isso é tudo chá só que um é Ice e o outro é Fru, mas no fundo é tudo a mesma coisa. Eh!Eh!Eh!Eh! (um rir com vontade)
E antes de me voltar as costas e abandonar a mesa mandou-me um daqueles olhares como quem diz: "Olha-me m'este agora com esquisitices".
13 de janeiro de 2011
...directamente da pastelaria
Os portugueses adoram uma boa teoria da conspiração. E quando mete o homicídio de uma figura pública, sexo, sangue e mistério então vale tudo. Em cada português há um Hercule Poirot.
Entrei na pastelaria da esquina, o melhor local para se saber o que se passa no mundo e arredores, e ouvi uma senhora gritar para o outro lado do balcão corrido que Carlos Castro ia ser "cromado". Que tinha "pedido para ser cromado e as suas cinzas espalhadas de um prédio com mais de 10 andares". Com todo o café a ouvir, e como se fosse grande amiga do falecido, dizia ainda a senhora que "o Carlos andava com medo de dormir com o garoto já há alguns dias". Tudo isto regado com uma meia-de-leite acompanhada de meia torrada em pão integral.
Do outro lado da vitrina, o dono da pastelaria, com uma regueifa na mão esbracejava: "conheço uma prima de um vizinho do miúdo que garante que ele não é "homem-sexual". Aquilo deve ter sido o Senhor que o pressionou, dizem que até lhe andava a pôr comprimidos na sopa...o miúdo devia era andar alucinado". Enfim... há explicações para todos os gostos...e teremos certamente em cada café do país 10 Sherlock´s de bigode e sem cachimbo dispostos a resolver em 5 minutos e entre duas taças ginja este mistério nova-iorquino.
Porém, a pergunta que eu ainda não vi ninguém colocar é porque é que um homem de 65 anos andava em "lua-de-mel" (como o próprio lhe chamou) com um garoto de 21 em Nova Iorque? E atenção, digo isto sem qualquer conotação homofóbica ou preconceituosa em relação à diferença de idades (44 anos). Que fique bem claro que cada um faz o que quer com quem quer, é-me igual ao litro. As pessoas maiores de idade são livres de terem as relações consensuais que bem entenderem sem que ninguém tenha algo a ver com o assunto.
Pergunto por uma só razão: um puto de 21 anos é isso mesmo - um puto de 21 anos. Nada ou quase nada sabe da vida e lá terá os seus sonhos, expectativas e ilusões . As dele e as que lhe criam. A maioridade não se ganha com um dígito ou dois a mais no BI. A maturidade ou não dos actos cometidos é bem diferente da legalidade destes. Estaria este garoto preparado para uma relação deste género, mesmo que conscientemente achasse que iria beneficiar com ela? Não me parece. Todavia não há qualquer tipo de desculpa ou justificação para o que fez.
Uma pessoa de 65 anos com a experiencia de vida de Carlos Castro, por muito iludida ou enamorada que estivesse, acreditaria que um qualquer Renato de 21 anos desta vida se apaixonasse loucamente por ele? Acho mesmo que este caso mistura muito de ingenuidade com fantasia e ilusão, de parte a parte. Uma estranha ligação que terminou da pior forma.
No meio desta tragédia estão muitas pessoas. Renato não só tirou a vida brutalmente a Carlos Castro, esmagou a sua própria vida e arrastou duas famílias para um pesadelo.
Por Tiago Mesquita, no blog "100 reféns" do Expresso
Entrei na pastelaria da esquina, o melhor local para se saber o que se passa no mundo e arredores, e ouvi uma senhora gritar para o outro lado do balcão corrido que Carlos Castro ia ser "cromado". Que tinha "pedido para ser cromado e as suas cinzas espalhadas de um prédio com mais de 10 andares". Com todo o café a ouvir, e como se fosse grande amiga do falecido, dizia ainda a senhora que "o Carlos andava com medo de dormir com o garoto já há alguns dias". Tudo isto regado com uma meia-de-leite acompanhada de meia torrada em pão integral.
Do outro lado da vitrina, o dono da pastelaria, com uma regueifa na mão esbracejava: "conheço uma prima de um vizinho do miúdo que garante que ele não é "homem-sexual". Aquilo deve ter sido o Senhor que o pressionou, dizem que até lhe andava a pôr comprimidos na sopa...o miúdo devia era andar alucinado". Enfim... há explicações para todos os gostos...e teremos certamente em cada café do país 10 Sherlock´s de bigode e sem cachimbo dispostos a resolver em 5 minutos e entre duas taças ginja este mistério nova-iorquino.
Porém, a pergunta que eu ainda não vi ninguém colocar é porque é que um homem de 65 anos andava em "lua-de-mel" (como o próprio lhe chamou) com um garoto de 21 em Nova Iorque? E atenção, digo isto sem qualquer conotação homofóbica ou preconceituosa em relação à diferença de idades (44 anos). Que fique bem claro que cada um faz o que quer com quem quer, é-me igual ao litro. As pessoas maiores de idade são livres de terem as relações consensuais que bem entenderem sem que ninguém tenha algo a ver com o assunto.
Pergunto por uma só razão: um puto de 21 anos é isso mesmo - um puto de 21 anos. Nada ou quase nada sabe da vida e lá terá os seus sonhos, expectativas e ilusões . As dele e as que lhe criam. A maioridade não se ganha com um dígito ou dois a mais no BI. A maturidade ou não dos actos cometidos é bem diferente da legalidade destes. Estaria este garoto preparado para uma relação deste género, mesmo que conscientemente achasse que iria beneficiar com ela? Não me parece. Todavia não há qualquer tipo de desculpa ou justificação para o que fez.
Uma pessoa de 65 anos com a experiencia de vida de Carlos Castro, por muito iludida ou enamorada que estivesse, acreditaria que um qualquer Renato de 21 anos desta vida se apaixonasse loucamente por ele? Acho mesmo que este caso mistura muito de ingenuidade com fantasia e ilusão, de parte a parte. Uma estranha ligação que terminou da pior forma.
No meio desta tragédia estão muitas pessoas. Renato não só tirou a vida brutalmente a Carlos Castro, esmagou a sua própria vida e arrastou duas famílias para um pesadelo.
Por Tiago Mesquita, no blog "100 reféns" do Expresso
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12 de janeiro de 2011
... a culpa é sempre dos gays, não é?
É impressionante o ódio que varre as caixas de comentários: coisas do estilo "esse maricas estava mesmo a pedi-las", "a culpa só pode ser da bichona e não do miúdo, coitadinho". Os jornais vão permitir este tipo de lixo até quando?
I. As caixas de comentários da internet, de blogs ou de jornais, são como as casas de banho públicas: com raras excepções, é lixo atrás de lixo . É a versão internática do bom selvagem, um bom selvagem protegido pelo anonimato e com uma vaga noção de gramática. É o Homem sem qualquer tipo de filtro ou de controlo. O resultado não podia ser bonito. E, em Portugal, temos de adicionar um outro elemento à fórmula: o ressentimento, aquela raiva mui tuga que vem lá de dentro, viscosa, húmida, indignada, sempre indignada, e que chega a berrar. Quando se mete atrás de um teclado, o tuga revela toda a sua essência de gajo ressentido. É assim todos os dias por essa net fora. E, de vez em quando, surge um caso que baixa ainda mais o nível. O caso Carlos Castro está a ser um desses casos.
II. Perante isto , eu faço minhas as palavras de Ferreira Fernandes: "não há por aí um advogado que queira acabar com esta sensação de impunidade?" . Sim, impunidade. As pessoas sentam-se no seu cobarde anonimato, e deitam cá para fora todo o lixo que têm acumulado na cabecinha. A onda anti-gay que anda por aí assusta, porque revela que boa parte da sociedade - além de ter vagas noções gramaticais - tem também uma vaga noção de moral: as pessoas não discutem o assassínio em si mesmo, mas o facto de o rapazinho gostar de mulheres. Aliás, todo o discurso da família e amigos do rapaz vai nesse sentido. É impressionante como não se fala da morte de Carlos Castro, mas sim do facto do "Rogério" gostar de mulheres. Vamos lá parar um pouco: não acham que é mais importante falar do acto imoral (que é matar uma pessoa) do que dos hábitos sexuais? A honra do macho é mais importante do que a questão moral do assassinato? Por favor, digam-me qual é o código moral e religioso que permite esta inversão de prioridades.
III. Este ódio internético assente nesta inversão moral assusta, porque esta gente anónima pode ser minha vizinha. O senhor Aníbal, do 2.º esquerdo, deixa de ser a pessoa educada que segura o elevador e vai para a net declarar "morte aos maricas"? A Dona Laurinda deixa de brincar sobre o cabelo do Jorge Jesus e vai para a net declarar que "esse maricas corrompeu o garoto"? Claro, Laurinda, a culpa, como toda a gente sabe, é sempre dos maricas.
IV. Para os jornais, existe aqui uma questão de fundo: é para isto que a net serve? É para isso que os jornais têm caixas de comentários? É isto a prometida democracia directa que vinha a cavalo da internet, esse tremendo instrumento que ia dar poder aos indivíduos? O espaço público por excelência, o jornal, não pode ter um esgoto privado a um canto.
Por Henrique Raposo, no blog "A Tempo e a Desmodo" do Expresso
I. As caixas de comentários da internet, de blogs ou de jornais, são como as casas de banho públicas: com raras excepções, é lixo atrás de lixo . É a versão internática do bom selvagem, um bom selvagem protegido pelo anonimato e com uma vaga noção de gramática. É o Homem sem qualquer tipo de filtro ou de controlo. O resultado não podia ser bonito. E, em Portugal, temos de adicionar um outro elemento à fórmula: o ressentimento, aquela raiva mui tuga que vem lá de dentro, viscosa, húmida, indignada, sempre indignada, e que chega a berrar. Quando se mete atrás de um teclado, o tuga revela toda a sua essência de gajo ressentido. É assim todos os dias por essa net fora. E, de vez em quando, surge um caso que baixa ainda mais o nível. O caso Carlos Castro está a ser um desses casos.
II. Perante isto , eu faço minhas as palavras de Ferreira Fernandes: "não há por aí um advogado que queira acabar com esta sensação de impunidade?" . Sim, impunidade. As pessoas sentam-se no seu cobarde anonimato, e deitam cá para fora todo o lixo que têm acumulado na cabecinha. A onda anti-gay que anda por aí assusta, porque revela que boa parte da sociedade - além de ter vagas noções gramaticais - tem também uma vaga noção de moral: as pessoas não discutem o assassínio em si mesmo, mas o facto de o rapazinho gostar de mulheres. Aliás, todo o discurso da família e amigos do rapaz vai nesse sentido. É impressionante como não se fala da morte de Carlos Castro, mas sim do facto do "Rogério" gostar de mulheres. Vamos lá parar um pouco: não acham que é mais importante falar do acto imoral (que é matar uma pessoa) do que dos hábitos sexuais? A honra do macho é mais importante do que a questão moral do assassinato? Por favor, digam-me qual é o código moral e religioso que permite esta inversão de prioridades.
III. Este ódio internético assente nesta inversão moral assusta, porque esta gente anónima pode ser minha vizinha. O senhor Aníbal, do 2.º esquerdo, deixa de ser a pessoa educada que segura o elevador e vai para a net declarar "morte aos maricas"? A Dona Laurinda deixa de brincar sobre o cabelo do Jorge Jesus e vai para a net declarar que "esse maricas corrompeu o garoto"? Claro, Laurinda, a culpa, como toda a gente sabe, é sempre dos maricas.
IV. Para os jornais, existe aqui uma questão de fundo: é para isto que a net serve? É para isso que os jornais têm caixas de comentários? É isto a prometida democracia directa que vinha a cavalo da internet, esse tremendo instrumento que ia dar poder aos indivíduos? O espaço público por excelência, o jornal, não pode ter um esgoto privado a um canto.
Por Henrique Raposo, no blog "A Tempo e a Desmodo" do Expresso
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Longe da vista...
"Quanto mais longe, mais perto me sinto de ti, como se os teus passos estivessem aqui ao pé de mim e eu pudesse seguir-te e falar-te e dizer-te quanto te amo e como te procuro, no meio de uma destas ruas em que te vejo, zangado de saudade, no céu claro, no dia frio.
Devolve-me a minha vida e o meu tempo.
Diz qualquer coisa a este coração palerma que não sabe nada de nada, que julga que andas aqui perto e chama sem parar por ti."
O Amor é Fodido, Miguel Esteves Cardoso
Devolve-me a minha vida e o meu tempo.
Diz qualquer coisa a este coração palerma que não sabe nada de nada, que julga que andas aqui perto e chama sem parar por ti."
O Amor é Fodido, Miguel Esteves Cardoso
11 de janeiro de 2011
Pixar
Uma excelente compilação com mais de 500 imagens de filmes da Pixar, como Toy Story (a triologia), Finding Nemo, Monsters Inc., The Incredibles, Cars, Ratatouille, The Bugs's Life, Up e Wall-E, extraordinariamente bem editadas e sincronizadas com a música dos The XX (Intro), Louis Armstrong (La Vie En Rose), Peter Gabriel (Down to Earth) e Randy Newman (You've Got a Friend in Me).
9 de janeiro de 2011
[Posto de Escuta] - Pixie Lott
O tema "Use Somebody" dos Kings Of Leon, aqui numa extraordinária interpretação acústica da Pixie Lott.
8 de janeiro de 2011
Olá!
Já vos aconteceu passarem uma boa parte do dia a pensar numa pessoa de quem gostam muito e de repente o telemóvel toca e ouvem essa pessoa do outro lado a dizer: "Olá! Liguei só para dar um olá e saber como estás"?
A mim aconteceu e ainda estou a borbulhar. :-)
7 de janeiro de 2011
Ufa!
Terminou há pouco a minha semana. Porventura a semana mais louca, mais estranha, mais cansativa e mais desgastante dos últimos tempos.
Foi uma puta de uma semana. Nunca cinco dias me custaram tanto a passar.
Se dúvidas houvessem que o que reina mais por estes dias é a incompetência, a mesquinhez, a maldade das pessoas, a mentira e a falta de bom senso, no decorrer desta semana tive a certeza disso e sofri na pele essa dura e estúpida realidade...
Mas... já diz o ditado: "guardado está o bocado para quem o há-de comer".
Por isso tenho andado mais arredado aqui da blogocoisa.
Prometo pôr a escrita em dia aqui deste e dos vossos estaminés durante este fim de semana.
Foi uma puta de uma semana. Nunca cinco dias me custaram tanto a passar.
Se dúvidas houvessem que o que reina mais por estes dias é a incompetência, a mesquinhez, a maldade das pessoas, a mentira e a falta de bom senso, no decorrer desta semana tive a certeza disso e sofri na pele essa dura e estúpida realidade...
Mas... já diz o ditado: "guardado está o bocado para quem o há-de comer".
Por isso tenho andado mais arredado aqui da blogocoisa.
Prometo pôr a escrita em dia aqui deste e dos vossos estaminés durante este fim de semana.
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4 de janeiro de 2011
3 de janeiro de 2011
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