31 de dezembro de 2009
All We Need Is Love
(Portugal também participou e aparece aos 3:34. O grupo é a Samarituna, a Tuna Feminina da Universidade Lusófona)
30 de dezembro de 2009
Angel Song
My pressure dropped, this body went with it
Memory fails, I'm feeling claustrophobic
I scream my silent pain in this big plain
There's no one here
Tell me who is there now
Who is there with you
I'm taking no calls unless it's her voice
I'm seeing no one unless it's her
I open the mailbox every hour
Maybe I'll hit the postman
I want to hear some love words
But not it that dyslexic voice
No I won't tear apart for you
But I was given no choice
I guess I was trying to keep me alive
But once I was dead there was nothing to do beside
Picking me up and lying me down
Waiting for some angel
To wake me and say to me
"Hello. Don't be scared. I want you to know, you're not dead."
Kiss me, is this a dream?
Should I believe it?
Please promise to me that I'm not going to get hurt this time.
Am I too good for you, am I just paranoid?
Should I clinical ou should I speak louder?
Maybe I should close my eyes for years
And wait for the strongest feeling
Out of all of the feelings
to raise
from
you.
Am I real? Are you real? Is this real? What's real?
Am I real? Are you real? Is this real?
Tell me, what's real
Silence4
29 de dezembro de 2009
Ai a crise e tal!
Apesar da crise, este mês os portugueses levantaram mais dinheiro no Multibanco e pagaram mais compras nos terminais de pagamento automático (TPA). No dia 23, bateu-se mesmo um recorde histórico, com 3,5 milhões de operações e 166,3 milhões de euros pagos num só dia.
in Diário de Notícias
(Já agora fiquem a saber que o boneco estupidamente contente do Multibanco chama-se... Multinho)
28 de dezembro de 2009
Bocas & Bojardas
Gentil Martins, Médico, mandatário da Plataforma Cidadania e Casamento, movimento que exige um referendo ao casamento de pessoas do mesmo sexo. - 22-12-2009 -
Tenham MEDO... tenham muito medo!
27 de dezembro de 2009
Flash Mob no Aeroporto de Lisboa
Flash Mob é o termo usado para definir o ajuntamento instantâneo de pesssoas com o fim de realizar alguma coisa, previamente ensaiada, e que no final se dispersam tão rápido como se reuniram.
Felizmente por cá (embora ainda timidamente) já se vão vendo iniciativas do género, como esta no Aeroporto de Lisboa.
Podem ver outros flash mobs feitos por cá: No Centro Comercial Vasco da Gama e no Centro Comercial Dolce Vita Tejo.
26 de dezembro de 2009
Papa don't preach
No dia 24 à noite, na Missa do Galo no Vaticano, foi a vez de uma louca que estava na assistência, que se passou, saltou as barreiras de proteccção e atirou-se ao Papa como se não houvesse amanhã.
Mas que se passa com estes italinos? Deixaram de tomar a medicação ou é alguma coisa que andam a fumar?
Se a moda pega, resta perguntar...who's next?!
25 de dezembro de 2009
E SÓ porque é Natal...
E tal como Natal não o é sem o Natal dos Hospitais, também fica incompleto se não escutarmos pelos menos umas 73257 vezes esta bela canção.
Claro que o Natal também não fica completo se por onde quer que andemos não se ouça o George Michael e o "outro" . ( O outro é o loiro dos Wham! que fica para a história por nunca ninguém se lembrar do nome dele)
E o que seria do Natal sem esta querida?!...
Nem quero pensar.
Pronto....já passou.
Agora vão lá comer um docinho para esquecer.
24 de dezembro de 2009
22 de dezembro de 2009
I Pledge
Em muito terá contribuído o apoio de muitos artistas que deram literalmente a cara durante a campanha.
Este vídeo é de uma dessas campanhas: "I Pledge" (eu comprometo-me), da iniciativa do casal Ashton Kutcher e Demi Moore.
Até nisto o nosso país é muito pequenino. Por cá não há ninguém do chamado "showbiz" que dê a cara ao manifesto, e quando o faz tentam sempre justificar a sua presença ou apoio a qualquer nome ou causa.
Por cá ninguém se quer comprometer, nem que isso seja apenas uma manifestação de interesse.
21 de dezembro de 2009
O.K.
Entre as mais rebuscadas e absurdas, esta parece ser a explicação da verdadeira origem.
A expressão americana "O.K.", que equivale ao nosso "está certo" e que, sob influência do cinema, já se utiliza em toda a parte do mundo, tem uma origem pitoresca.
Diz-se que certos funcionários alfandegários norte-americanos pouco letrados, querendo indicar que as mercadorias verificadas por eles estavam em ordem, escreviam a giz aquilo que supunham ser as iniciais das palavras "All Correct": O.K. .
O erro ortográfico caiu bem no ouvido e a expressão generalizou-se.
18 de dezembro de 2009
17 de dezembro de 2009
W.C. Gato
Oh! senhores inventores desta traquitana....eles são gatos. Daí não precisarem de fazer o serviço como os humanos certo?!
O que esta gente inventa.... A próxima deve ser para os cães mijarem em pé. (em duas patas, entenda-se)
Para quem tem gatos, eis uma boa aquisição para este Natal.
Com alguma "sorte" chegam ao final do ano com um gato lavadinho e a saber nadar.
16 de dezembro de 2009
Mariza
Na minha opinião um dos melhores temas da Mariza.
Aqui interpretado com a Sinfonietta de Lisboa, no oncerto junto à Torre de Belém.
Eu fui! :-)
... Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir...
15 de dezembro de 2009
Poema do Silêncio
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.
Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.
Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!
Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...
O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.
Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!
Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.
Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!
Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.
Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!
Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.
Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...
Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros
Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...
Sim, descerá da tua mão compadecida,
Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida.
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome.
- José Régio -
14 de dezembro de 2009
MUSE - Olhó Playback
Mantendo o profissionalismo e não quebrando o contrato, Matthew Bellamy passou para a bateria, o baixista Cristopher Wolstenholme para a guitarra de Bellamy e teclas e o baterista Dominic Howard atirou-se ao baixo de Wolstenholme e à voz. Genial!
O programa é do género "Tardes da Júlia" mas na versão loira, mais demente e esgalamida (como se isso fosse possível).
A apresentadora não só não deu por nada como entrevistou o "vocalista" no final, que continuou a encenação durante a conversa.
Coitado do Dominic que teve que levar com a louca da loira burra, enquanto os restantes elementos deram de frosques.
A gaja é medonha além de estúpida e a cada pergunta parece que vai saltar para o colo do rapaz.
E apreciem a qualidade das perguntas: O que melhor se pode perguntar a um músico quando se está a estrear um novo álbum? "Então é verdade que andas a comer uma gaja italiana, uma psicóloga?" (pimba! logo na 2ª pergunta)
Crianças...
- Mamã, mamã... se a pila do burro é assim... Imagino a do papá, que é licenciado!
13 de dezembro de 2009
Berlusconi K.O.
Não sou apologista de nenhum tipo de violência, mas uns sustos destes faziam falta a muito boa gente por cá.
São os chamados "abr' olhos".
11 de dezembro de 2009
O Pai Natal vai morrer?!
Mas sim uma daquelas criaturas que pertencem àquele gang... a padralhada.
O texto foi publicado no Boletim Paroquial da Fábrica da Igreja Matriz de Castelo de Vide que tem à sua frente um padreco reaccionário que aproveita esta publicação para vomitar alarvidades, tão ou mais graves quanto esta.
E pelos vistos há vários tipos de comércio: o comércio dos comerciantes contribuintes e o comércio "divino" do "venha a nós o vosso reino".
Lido aqui e publicado com a devida vénia.
10 de dezembro de 2009
Editors
Os britânicos "Editors" sobem ao palco do Campo Pequeno mais logo, onde apresentam o seu último disco "In This Light and On This Evening"
Este teledisco, do tema Papillon, foi filmado pelas ruas de Los Angeles...e até cansa só de ver.
Good Cop / Bad Cop
Os dois polícias entraram e procederam à identificação do proprietário da loja, que de um momento para o outro viu a sua loja a ser assaltada pelos 2 polícias, que começaram a roubar telemóveis e outros objectos.
Os dois agentes foram identificados, detidos e estão suspensos.
Em sua defesa alegaram … não estar de serviço no momento do assalto.
Por isso enquanto descansavam de ser polícias, vá de assaltar uma loja.
Se a moda pega por cá…
9 de dezembro de 2009
A Tia Zézinha passou-se
Não sei se ela se esqueceu de tomar a medicação, ou se na Assembleia lhe puseram alguma coisa na água, ou se é mesmo só porque é estúpida... mas a Tia passou-se de vez.
Maria José Nogueira Pinto apelidou o deputado socialista, Ricardo Gonçalves de "palhaço" e seguiu-se a resposta.
Para quem não teve oportunidade de ver e ouvir.... ora carreguem no play para verem ao que a nossa Assembleia chegou.
A reacção da Ministra da Saúde diz tudo.
John Lennon
Na noite de 8 de Dezembro de 1980, 5 horas depois de um pedido de autógrafo que lhe foi concedido, Mark Chapman alvejou múltiplas vezes o menos alinhado dos Beatles.
Jonh Lennon, o activista, o lírico, o utópico, o músico, o intérprete, o compositor, sucumbiu aos disparos e aos 40 anos reforçava o estatuto de mártir à frente do seu tempo.
Figura controversa no seio da mítica banda de Liverpool, John Lennon era uma espécie de enfant terrible por oposição ao pretty boy que Paul McCartney protagonizava.
E no entanto devem-se a Jonh Lennon alguns dos mais sonantes temas dos Beatles como “You’ve got to hide your love away” ou “All you need is Love”.
Foi também Lennon que disse um dia que os FabFour eram mais populares que Jesus Cristo. A frase valeu-lhe duras críticas e um posterior pedido de desculpas.
Irrequieto e inconformado, foi aderindo mais e mais aos protestos contra a guerra, às manifestações, ao activismo pela paz de que é paradigma o tema que lançou já sem os Beatles “Give Peace a Chance”, tornado hino pelos movimentos pacifistas.
Para esta vertente política e intervencionista terá contribuído em muito a influência de Yoko Ono, a sua segunda mulher, uma artista japonesa que, rezam as crónicas, acelerou em muito a separação da banda, cada vez mais incomodada com a sua presença nas últimas gravações dos Beatles até à separação em 1970.
Dez anos depois, o casal Lennon regressava a casa quando foi surpreendido pelo tresloucado Mark Chapman.
Depois dos disparos, Chapman aguardou calmamente pela polícia a quem pediu desculpas pelo transtorno, quando era conduzido ao carro celular.
O norte americano de Fort Worth, Texas, diria mais tarde que a obra “Uma agulha no palheiro” de J.D. Salinger o havia inspirado a cometer o crime. Chapman dizia identificar-se com o protagonista do livro, um adolescente revoltado que odiava a falsidade.
Disparou 5 tiros, acertando 4 nas costas de Lennon, a quem considerava hipócrita, porque nas suas músicas o ex-Beatle falava de tristeza e pobreza como se disso tivesse tido experiência.
Mark David Chapman está detido numa instituição psiquiátrica depois de condenado a prisão perpétua. Tentou 5 vezes a liberdade condicional, sem êxito. Mais eficaz, mas pelas piores razões, foi a sua sucedida tentativa de entrar na história como o homicida de um dos mais geniais letristas e compositores da história da música.
Texto de Reinaldo Serrano, jornalista da SIC
8 de dezembro de 2009
Adivinhem quem vai ser despedido
UPDATE: Afinal parece que ninguém vai ser despedido. Segundo uma "fonte sinestésica", a cena faz parte das filmagens de um filme em Nova Iorque. :-)
7 de dezembro de 2009
Precisa-se de matéria prima para construir um País
(falecido a 25/08/2007)
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ... e para eles mesmos. Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito. Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros. Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem económica. Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta.
Como "matéria prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa. Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte... Fico triste. Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados! É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda... Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver
se nos mandam um Messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos: desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... MEDITE!
(Esta crónica foi publicada no Jornal Público em Novembro de 2005)
6 de dezembro de 2009
5 de dezembro de 2009
Árvore genealógica
Grande confusão.
Casei-me com uma viúva que tinha uma filha de 30 anos.
O meu pai casou com a minha enteada. Disto resultou que a minha mulher ficou a ser sogra do meu pai, que já era seu sogro. Eu tornei-me padrasto do meu pai e a minha enteada, a filha da minha mulher, fez-se minha madrasta.
Depois, esta teve um filho e essa criança, claro está, era meu irmão, porque era filho do meu pai, mas também era meu neto porque era filho da filha da minha mulher. Isto fez com que eu ficasse, simultaneamente, avô do meu irmão.
A seguir, a minha mulher teve também um filho, que era irmão da minha sogra e também seu neto, porque era filho do filho do seu marido. Este nascimento originou uma trapalhada completa: o meu pai tornou-se cunhado do meu filho porque a irmã do mesmo é sua mulher.
Eu fiquei irmão do meu próprio filho e filho da minha avó.
Sou cunhado da minha madrasta e a minha mulher é tia do seu próprio filho e este sobrinho do meu pai, do que resultou eu tornar-me avô de mim mesmo.
4 de dezembro de 2009
...e agora uma das secas
- Então pá, como estás? Tudo bem?
- Nem por isso!! - diz o outro, com alguma dificuldade a falar.
- Então que se passa?
- Estou muito rouco e dói-me muito a garganta. Estive agora a falar para o Barreiro.
- Olha eu liguei mesmo agora para Almada.
- Porra!!! Mas tu telefonaste!!!
3 de dezembro de 2009
Ai spik veri uel inglêis
O jogador brasileiro Anderson (que no post anterior aparece lá atrás com aquele ar de espantado) quando foi contratado para o Manchester United há uns meses atrás, deu esta magnífica entrevista a uma televisão inglesa.
Listen...and repeat after me!
2 de dezembro de 2009
1 de dezembro de 2009
Cinco razões para não usar preservativo
Hoje assinala-se o Dia Mundial da Sida.
O dia de hoje serve sempre, para além das habituais campanhas, para revelar números e percentagens que parecem imparáveis de ano para ano.
Portugal conta já com cerca de 35 mil pessoas infectadas com a doença que em todo o mundo já matou perto de 35 milhões de pessoas.
Mas por muito assustadores que pareçam os números (que o são), o número de casos em Portugal duplicou em 2008, comparando com 2007, sendo que é neste momento o país da Europa ocidental e central com mais novos casos de infecção.
Este vídeo é um anúncio de prevenção da doença e foi considerado o melhor anúncio governamental europeu de prevenção da Sida.
Ganhou este ano o 1º lugar no concurso internacional "HIVisible, European Video Clip Contest".
30 de novembro de 2009
IKEA – Enlouqueça você mesmo
Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. A questão, portanto, é saber se o IKEA vende móveis baratos ou puzzles caros.
Os problemas dos clientes do IKEA começam no nome da loja. Diz-se «Iqueia» ou «I quê à»? E é «o» IKEA ou «a» IKEA»? São ambiguidades que me deixam indisposto. Não saber a pronúncia correcta do nome da loja em que me encontro inquieta-me. E desconhecer o género a que pertence gera em mim uma insegurança que me inferioriza perante os funcionários. Receio que eles percebam, pelo meu comportamento, que julgo estar no «I quê à», quando, para eles, é evidente que estou na «Iqueia».
As dificuldades, porém, não são apenas semânticas mas também conceptuais. Toda a gente está convencida de que o IKEA vende móveis baratos, o que não é exactamente verdadeiro. O IKEA vende pilhas de tábuas e molhos de parafusos que, se tudo correr bem e Deus ajudar, depois de algum esforço hão-de transformar-se em móveis baratos. É uma espécie de Lego para adultos. Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. A questão, portanto, é saber se o IKEA vende móveis baratos ou puzzles caros. Há dias, comprei no IKEA um móvel chamado Besta. Achei que combinava bem com a minha personalidade. Todo o material de que eu precisava e que tinha de levar até à caixa de pagamento pesava seiscentos quilos. Percebi melhor o nome do móvel. É preciso vir ao IKEA com uma besta de carga para carregar a tralha toda até à registadora. Este é um dos meus conselhos aos clientes do IKEA: não vá para lá sem duas ou três mulas. Eu alombei com a meia tonelada. O que poupei nos móveis, gastei no ortopedista. Neste momento, tenho doze estantes e três hérnias.
É claro que há aspectos positivos: as tábuas já vêm cortadas, o que é melhor do que nada. O IKEA não obriga os clientes a irem para a floresta cortar as árvores, embora por vezes se sinta que não faltará muito para que isso aconteça. Num futuro próximo, é possível que, ao comprar um móvel, o cliente receba um machado, um serrote e um mapa de determinado bosque na Suécia onde o IKEA tem dois ou três carvalhos debaixo de olho que considera terem potencial para se transformarem numa mesa-de-cabeceira engraçada.
Por outro lado, há problemas de solução difícil. Os móveis que comprei chegaram a casa em duas vezes. A equipa que trouxe a primeira parte já não estava lá para montar a segunda, e a equipa que trouxe a segunda recusou-se a mexer no trabalho que tinha sido iniciado pela primeira. Resultado: o cliente pagou dois transportes e duas montagens e ficou com um móvel incompleto. Se fosse um cliente qualquer, eu não me importaria. Mas como sou eu, aborrece--me um bocadinho. Numa loja que vende tudo às peças (que, por acaso, até encaixam bem umas nas outras) acaba por ser irónico que o serviço de transporte não encaixe bem no serviço de montagem. Idiossincrasias do comércio moderno.
Que fazer, então? Cada cliente terá o seu modo de reagir. O meu é este: para a próxima, pago com um cheque todo cortado aos bocadinhos e junto um rolo de fita gomada e um livro de instruções. Entrego metade dos confetti num dia e a outra metade no outro.
E os suecos que montem tudo, se quiserem receber.
29 de novembro de 2009
Banco Alimentar
Fiquei espantado e comove assistir à quantidade de mantimentos que vão chegando e de quão as pessoas podem ser generosas, que o são, apesar dos tempos que correm e da apregoada crise.
Muitas serão generosas porque o são sempre, outras apenas porque sim e concerteza muitas que o são pensado que um dia podem ser elas a precisar.
Estou cansado, de toneladas de mantimentos e de 10 horas em pé e a carregar com caixas. Foi cansativo, mas sinto-me bem... vá lá saber-se bem porquê.
28 de novembro de 2009
27 de novembro de 2009
Alentejanos nos States
O Presidente dos Estados Unidos da América, Barak Obama, ouviu tanto falar dos alentejanos, que decidiu convidar um grupo deles para visitarem os Estados Unidos. Mandou o Air Force One buscá-los ao Alentejo e prepararam uma grande recepção no hangar presidencial, onde colocaram um grande palanque, com banda, passadeira e cartazes de boas-vindas.
Ao chegar o avião, a banda começa a tocar, os coros a cantar, abre-se a porta do avião, assoma-se a hospedeira e... nada, dos convidado... nada.
O presidente, descontrolado porque eles não descem, manda o seu secretário investigar.
O secretário regressa, fala com o presidente e diz-lhe:
- Senhor, os alentejanos não querem descer porque têm medo do Well...
O presidente não percebe nada e diz-lhe:
- Mas... quem é o Well?
Regressa o secretário ao avião e diz ao alentejano:
- O Presidente pergunta quem é o Well?
E o alentejano diz-lhe:
- Nós também não sabemos! Mas ali, naquele cartaz diz:
"WELL COME ALENTEJANOS"
:-)
26 de novembro de 2009
The Muppets: Bohemian Rhapsody
Is this the real life?
Is this just fantasy?
Caught in a landslide
No escape from reality
Open your eyes
Look up to the skies and see(...)
National Geographic's International Photography Contest 2009
25 de novembro de 2009
24 de novembro de 2009
O factor Vara
[...]
Toda a "carreira", se assim lhe podemos chamar, de Armando Vara, é uma história que, quando não possa ser explicada pelo mérito (o que, aparentemente, é regra), tem de ser levada à conta da sorte. Uma sorte extraordinária. Teve a sorte de, ainda bem novo, ter sentido uma irresistível vocação de militante socialista, que para sempre lhe mudaria o destino traçado de humilde empregado bancário da CGD lá na terra. Teve o mérito de ter dedicado vinte anos da sua vida ao exaltante trabalho político no PS, cimentando um currículo de que, todavia, a nação não conhece, em tantos anos de deputado ou dirigente político, acto, ideia ou obra que fique na memória. Culminou tão profícua carreira com o prestigiado cargo de ministro da Administração Interna - em cuja pasta congeminou a genial ideia de transformar as directorias e as próprias funções do Ministério em Fundações, de direito privado e dinheiros públicos. Um ovo de Colombo que, como seria fácil de prever, conduziria à multiplicação de despesa e de "tachos" a distribuir pela "gente de bem" do costume. Injustamente, a ideia causou escândalo público, motivou a irritação de Jorge Sampaio e forçou Guterres a dispensar os seus dedicados serviços. E assim acabou - "voluntariamente", como diz o próprio - a sua fase de dedicação à causa pública. Emergiu, vinte anos depois, no seu guardado lugar de funcionário da CGD, mas agora promovido por antiguidade ao lugar de director, com a misteriosa pasta da "segurança". E assim se manteve um par de anos, até aparecer também subitamente licenciado em Relações Qualquer Coisa por uma também súbita Universidade, entretanto fechada por ostensiva fraude académica. Poucos dias após a obtenção do "canudo", o agora dr. Armado Vara viu-se promovido - por mérito, certamente, e por nomeação política, inevitavelmente - ao lugar de administrador da CGD: assim nasceu um banqueiro. Mas a sua sorte não acabou aí: ainda não tinha aquecido o lugar no banco público, e rebentava a barraca do BCP, proporcionando ao Governo socialista a extraordinária oportunidade de domesticar o maior banco privado do país, sem sequer ter de o nacionalizar, limitando-se a nomear os seus escolhidos para a administração, em lugar dos desacreditados administradores de "sucesso". A escolha caiu em Santos Ferreira, presidente da CGD, que para lá levou dois homens de confiança sua, entre os quais o sortudo dr. Vara. E, para que o PSD acalmasse a sua fúria, Sócrates deu-lhes a presidência da CGD e assim a meteórica ascensão do dr. Vara na banca nacional acabou por ser assumida com um sorriso e um tom "leve".
Podia ter acabado aí a sorte do homem, mas não. E, desta vez, sem que ele tenha sido tido ou achado, por pura sorte, descobriu-se que, mesmo depois de ter saído da CGD, conseguiu ser promovido ao escalão máximo de vencimento, no qual vencerá a sua tão merecida reforma, a seu tempo. Porque, como explicou fonte da "instituição" ao jornal "Público", é prática comum do "grupo" promover todos os seus administradores-quadros ao escalão máximo quando deixam de lá trabalhar. Fico feliz por saber que o banco público, onde os contribuintes injectaram nos últimos seis meses mil milhões de euros para, entre outros coisas, cobrir os riscos do dinheiro emprestado ao sr. comendador Berardo para ele lançar um raide sobre o BCP, onde se pratica actualmente o maior spread no crédito à habitação, tem uma política tão generosa de recompensa aos seus administradores - mesmo que por lá não tenham passado mais do que um par de anos. Ah, se todas as empresas, públicas e privadas, fossem assim, isto seria verdadeiramente o paraíso dos trabalhadores!
Eu bem tento sorrir apenas e encarar estas coisas de forma leve. Mas o 'factor Vara' deixa-me vagamente deprimido. Penso em tantos e tantos jovens com carreiras académicas de mérito e esforço, cujos pais se mataram a trabalhar para lhes pagar estudos e que hoje concorrem a lugares de carteiros nos CTT ou de vendedores porta a porta e, não sei porquê, sinto-me deprimido. Este país não é para todos.
P.S. - Para que as coisas fiquem claras, informo que o sr. (ou dr.) Armando Vara tem a correr contra mim uma acção cível em que me pede 250.000 euros de indemnização por "ofensas ao seu bom nome". Porque, algures, eu disse o seguinte: "Quando entra em cena Armando Vara, fico logo desconfiado por princípio, porque há muitas coisas no passado político dele de que sou altamente crítico". Aparentemente, o queixoso pensa que por "passado político" eu quis insinuar outras coisas, que a sua consciência ou o seu invocado "bom nome" lhe sugerem. Eu sei que o Código Civil diz que todos têm direito ao bom nome e que o bom nome se presume. Mas eu cá continuo a acreditar noutros valores: o bom nome, para mim, não se presume, não se apregoa, não se compra, nem se fabrica em série - ou se tem ou não se tem. O tribunal dirá, mas, até lá e mesmo depois disso, não estou cativo do "bom nome" do sr. Armando Vara. Era o que faltava!
23 de novembro de 2009
ÚLTIMA HORA: Cavalos Lusitanos encalham nos Açores
O navio tem SÓ 360 toneladas de fuelóleo nos porões e as autoridades não descartam a possibilidade de um derrame que, a acontecer, vai provocar grandes estragos a nível ambiental.
Mas ontem…. ( e hoje continuou) a principal preocupação das televisões era... os 7 cavalos lusitanos??!!! WTF!!!
Queremos lá saber dos 14 tripulantes ou dos danos ambientais que o fuelóleo pode causar em caso de derrame.
O que interessa mesmo são os pobres dos cavalos (puros lusitanos) que estão retidos no navio e impossibilitados de participar numa prova em Portugal Continental.
É mesmo o que as televisões querem, um fait diver para intervalar dos outros fait diver dos tribunais e da assembleia.
Ontem a SIC alugou um bote para chegar mais perto do navio para “entrevistar” alguns dos tripulantes (os cavalos não quiseram falar).
A TVI conseguiu em exclusivo ( Claro! Mas haverá alguma coisa que naquela televisão não seja exclusivo?!) uma entrevista com o dono dos cavalos e outra com o presidente do clube hípico dos Açores. Ainda entrevistou (sempre em exclusivo) uma das pessoas que ia montar um dos cavalos e acho que ainda alguém que conhece os cavalos desde pequeninos e por isso se sente muito angustiada e que preferiu não dar a cara e falar com a voz distorcida.
A RTP além do enviado especial, já fez um especial “Cavalos” no site, com vídeos de hora a hora sobre as condições dos cavalos e abriu uma página no twitter, para acompanhar a situação.
Falta agora assistir à operação de salvamento dos cavalos. Sim, porque ninguém se interessa por uma operação de trasfega de combustível, ou até mesmo da retirada dos tripulantes.
E vai ser outro show televisivo: a TVI vai já preparar um especial de julgamento público para saber de quem é a culpa. (Ao que parece a Moura Guedes vai moderar o programa)
A SIC vai ter o Moita Flores e possivelmente o Nuno Sabe Tudo Rogeiro.
A RTP anda a ver como meter o Marcelo e o Vitorino a comentar isto tudo, já para não falar que ainda tentam arranjar uma maneira de meter um cameraman em cima de uma steady cam (como na noite eleitoral).
Haverá ainda os programas da tarde e da manhã intercalados com directos do local.
Ao contrário do navio, Portugal anda à deriva. No caso da comunicação social, anda ao sabor do vento e fazem-se novelas em vez de telejornais, que supostamente deviam informar e esclarecer.
Como diria o amigo Félix: PLAMORDEDEUS!!!!!
UPDATE: Cavalos retirados "com sucesso" de navio encalhado nos Açores.
A retirada dos sete animais, entre os quais um vice-campeão nacional, ficou concluída cerca das 16:50 (17:50 em Lisboa), tendo decorrido sem problemas. (Lusa)
Ufa!!! Já estou mais descansado. Quer pelos 6 simples cavalos lusitanos, quer pelo vice-campeão nacional.
22 de novembro de 2009
Covers
Este fim de semana foi o que me aconteceu. Comecei a ouvir este moço que dá pelo nome de Gary Go e de repente eis que se fez luz: ...gonna be ok, Da-doo-du-um-m.
Aqui podem ouvir o original: Lady Gaga - Just Dance
Entretanto descobri também uma versão bem diferente da música Don't Stop the Music, da Rihanna. Não tenho nada contra a rapariga mas a versão do Jamie Cullum ficou substancialmente melhor.
Ora vejam.
21 de novembro de 2009
Amor & Sexo
Sexo sem amor... é vontade.
(da música amor e sexo de Rita Lee)
20 de novembro de 2009
19 de novembro de 2009
CSI Las Vegas 10ª Temporada
Para os apreciadores de CSI, onde me incluo, a versão Las Vegas será sempre a melhor e a mais original de todas e onde está a verdadeira essência do CSI.
(Apesar de gostar muito do CSY NY, ainda lhe falta ali quelque chose para igualar.)
Na 10ª temporada do CSI Las Vegas, sem Grissom e sem Warrick, vão aparecer novas caras e vão regressar outras.
Esta é a sequência de abertura da 10º temporada. Num ambiente estilo "Matrix", (tecnicamente chama-se bullet-time, esta cena de cerca de 2 minutos de duração é, segundo consta, a cena mais cara alguma vez filmada para televisão; custou 400 mil dólares (cerca de 268 mil euros).
E agora a cena em tempo real.
18 de novembro de 2009
O culto da homossexualidade em Zézé Camarinha
Zézé Camarinha não é ainda um homo sapiens sapiens
Acaba de ser publicado, com a prestigiada chancela da D. Quixote, um texto que poderá vir a tornar-se histórico no nosso panorama literário.
Intitula-se Zezé Camarinha, o último macho man português, e não tem, mas devia ter, o alto patrocínio da ILGA, porquanto opera o pequeno milagre de fazer a apologia da homossexualidade de um modo que é comovente sem ser panfletário. Camarinha, é curioso notá-lo, não seria capaz de panfletarismo, seja porque a sua personalidade é do tipo dócil, seja porque desconhece o significado da palavra "panfletário" - tal como de qualquer palavra com mais de três sílabas, e a esmagadora maioria das que têm mais que uma.
O primeiro aspecto a salientar é que a obra é inclassificável. Uso aqui "inclassificável" não no sentido de ser difícil de catalogar em algum dos géneros literários habituais (conto, romance, biografia), mas sim no sentido que lhe dá a frase "Eh pá, ele assaltou a velhota? Esse tipo é inclassificável." Em segundo lugar, importa referir que o próprio autor não se enquadra no perfil tradicional de "autor", na medida em que, ao contrário da maioria dos autores, Camarinha não é ainda um homo sapiens sapiens, nem aparenta poder vir a sê-lo, mesmo na hipótese académica de viver até aos 400 anos.
E, no entanto, o livro é um monumento de ironia. Percebo que um leitor menos sofisticado possa não detectar, em Zezé Camarinha, o último macho man português, o subtil elogio da homossexualidade, mas o certo é que todos os sinais estão lá, à espera de serem colhidos e interpretados por um crítico competente e arguto. Felizmente, é o meu caso. A dedicatória, que é todo um programa, diz: "To all the darlings", e aparece assinada "Josef of the moustache from Praia da Rocha". Sei que a simples referência ao bigode, por muito que este seja um elemento essencial da cultura gay, não é suficiente para definir a personalidade do autor, mas é um primeiro indício a ter em conta. Outro, mais significativo, é a firme publicitação que o narrador faz da sua heterossexualidade, que é frequente a ponto de se tornar suspeita:
"Gosto e vou gostar sempre de mulheres" (pág. 11); "[Sobre os filhos:] Vão saber que o pai deles sempre foi louco por mulheres" (pág. 12); "(...) os jovens de hoje já não gostam tanto de mulheres como eu" (pág. 12); "(...) eu adoro mulheres loiras" (pág. 14), etc. E ainda quase não saímos do prefácio.
A tensão entre o elogio da masculinidade (um elemento central da cultura gay) e de uma certa exuberância heterossexual, por um lado, e a sugestão da homossexualidade, por outro, é sustentada magistralmente ao longo de todo o livro. Um dos pontos em que essa tensão se torna mais evidente é o episódio em que Camarinha observa um casal a fazer amor numa varanda: "Confesso que me começaram a dar os calores e que já me estava a ver lá em cima, com eles na janela. Era mais com ela mas se o totó quisesse estar a olhar, a mim não me importava nada!" (pág. 76). Repare-se como tudo neste excerto é exemplar da contradição macho/gay: primeiro, a expressão "começaram a dar-me os calores", mais apropriada para uma senhora de meia idade na menopausa do que para um garanhão; segundo, aquele "era mais com ela", e a sua maravilhosa ambiguidade (era só com ela que o narrador queria estar? Não. Era mais com elas); terceiro, o entusiasmo perante a hipótese de ser observado por outro homem. Esta ambição reforça uma confissão anterior, também muito expressiva:
"Sempre adorei mulheres, desde muito catraio, mas aquilo de que eu mais gostava era de as exibir." (pág. 13). A conquista de mulheres como forma de atingir e impressionar homens: eis aqui um bom resumo deste magnífico volume, todo contido naquela belíssima adversativa ("mas aquilo de que eu mais gostava").
Também interessante é o modo como Camarinha descreve o seu relacionamento actual com "uma inglesa casada (...) mas cujo marido sofre de Alzeihmer (sic)". Diz ele: "Quando a conheci metia qualquer menina de 20 num chinelo.
Agora já não está tão bonita mas eu, honestamente, gosto muito dela como pessoa." Qualquer homem sabe que gostar de uma mulher como pessoa é coisa de larilas. Uma ideia que não esmorece quando Camarinha informa: "Ela tem muito dinheiro e não tem herdeiros, pois o marido está mesmo em fase terminal. Em princípio, vai ser tudo para mim mas eu nunca pedi nada! (...) Gosto muito da minha senhora e ela de mim. Por isso tem o testamento feito e sei que vai estar tudo em meu nome quando ela se for." Camarinha pretende levar-nos a crer que o seu interesse na senhora é outro mas, depois de ter reconhecido, num assomo de honestidade (como é precioso aquele "honestamente"!...) que gosta dela "como pessoa", dificilmente alguém se deixa convencer. Um livro a todos os títulos comovente.
Este texto, publicado a 2 de Julho de 2009 na revista Visão, na coluna de Ricardo Araújo Pereira "Boca do Inferno", foi um dos contributos dado pelo humorista para ter sido um dos distinguidos deste ano com o prémio Arco Iris, da associação ILGA.
A associação reconheceu o trabalho de Ricardo Araújo Pereira por ter contribuido de forma significativa para a luta contra a discriminação com base na orientação sexual e na identidade de género ao longo do ano.
Outro contributo foi no programa "Zé Carlos", onde foram propostos "nomes alternativos" para o casamento homossexual.
Para verem o sketch cliquem aqui.
17 de novembro de 2009
Ânimo
E quando Cavaco Silva fala pode ser de uma de, pelo menos, 3 maneiras: ou são aquelas declarações ao país do tipo "o que é que ele está para ali a dizer", ou são declarações à comunicação social a dizer "que o momento não é o momento para fazer declarações à comunicação social", ou ainda, declarações, como a de hoje, do tipo "o que é que ele acabou de dizer".
Começo a temer que as declarações do PR possam ter algum efeito borboleta. Sabem... o bater das asas de uma borboleta pode provocar um terramoto do outro lado do mundo.
E se uma borboleta consegue isso....nem quero pensar o que as declarações do PR farão.
Hoje, Vossa Excelência Senhor Presidente da República Professor Aníbal Cavaco Silva, falou e disse:
Pensamento do Dia
Ele fugia com medo da feroz predadora, mas a cobra não desistia.
Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse tipo de precedente, mas já que te vou comer... podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te alguma coisa?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!
E é assim....
Diariamente, fartamo-nos de tropeçar em cobras!
16 de novembro de 2009
A Terra
À distância, não se imaginaria que tivesse vida. Esta surgiu no mar, há cerca de 4 mil milhões de anos, na forma de seres unicelulares. Numa explosão de vida ao longo de milhões de anos, esses primeiros organismos começaram a multiplicar-se. Até terem parado.
Há 440 milhões de anos, uma extinção em massa acabaria com quase todas as espécies do planeta, deixando os vastos oceanos dizimados e vazios.
Lentamente, desenvolveram-se as plantas, depois os insectos, para voltarem a desaparecer numa segunda extinção massiva da Terra.
Este ciclo repetir-se-ia vezes em conta.
Os répteis que trocavam o mar pela terra firme acabavam por morrer, e os dinossáurios lutavam pela sua sobrevivência, juntamente com as primeiras aves, peixes e plantas com flor. Foram a 4ª e 5ª extinção massiva ocorrida na Terra.
Apenas há 100 mil anos surgiu o Homo Sapiens – o Homem. Desde as pinturas rupestres à Bíblia, a Colombo e à Apollo 11, temos constituído uma poderosa força na Terra e fora dela, catalogando o mundo natural que se nos revela, até alcançarmos uma população de mais de 5 mil milhões de seres, todos descendentes daquela célula original, a primeira centelha de vida.
Mas, por muitos conhecimentos que tenhamos, o que ninguém sabe de certeza é o que, ou quem terá ateado essa primeira centelha. Existirá algum plano, ou razão para a nossa existência? Cairemos, como os que nos antecederam, no esquecimento, numa 6ª extinção que os cientistas dizem já se encontrar em curso? Ou ser-nos-á esse mistério revelado através de algum sinal, de algum símbolo, de uma revelação?
No início foi o Big Bang, uma explosão que se continuou a expandir para fora, um cosmos nascido de matéria e gás. Matéria e gás. Há dez mil milhões de anos.
De quem terá sido a idéia? Quem terá tido a audácia de tal invenção? E por que razão ?
Nós já fazíamos parte desse plano de há 10 mil milhões de anos?
Será que nascemos apenas para virmos a morrer ? Para crescermos e nos multiplicarmos na Terra, antes de darmos lugar a outras gerações?
Se existiu um princípio, terá de existir um fim?
Seremos fogo enquanto vivermos, para, depois, nos extinguirmos, rendendo-nos às eternas exigências dos elementos? Matéria e gás.
Terminará isso algum dia, em que a vida não mais originará vida? E em que a Terra ficará estéril, como as estrelas, como o cosmos?
A mesma mão que nos acendeu a chama permitirá que ela se apague ?
Viremos, também nós, a extinguir-nos? Ou, se este fogo da vida que temos em nós for para continuar aceso, quem é que decide? Quem é que toma conta da chama? E poderá reacender a centelha quando ela esfria e enfraquece?
[Foi assim, com este texto, que Danna Scully (agente do FBI e companheira de Fox Mulder) terminou 9 temporadas de Ficheiros Secretos, há alguns anitos atrás.]
15 de novembro de 2009
Fame... I'm gonna live forever!
Em 1980 era assim. Conseguem descobrir as diferenças?! :-)
14 de novembro de 2009
Curso de masturbação causa polémica em Espanha
As aulas têm como alvo jovens dos 14 aos 17 anos e estão a incediar os ânimos entre pais e educadores, apesar de serem facultativas e de pretenderem apenas, segundo os responsáveis, ajudar os adolescentes a encarar a sexualidade de forma natural.
Do programa das aulas fazem parte matérias sobre anatomia e fisiologia sexual masculina e feminina, mas também técnicas de masturbação e uso de objectos eróticos.
A secretária de Juventude da Extremadura, Laura Garrido, defende que o novo curso "não deveria escandalizar a ninguém, principalmente porque todos nós fomos adolescentes algum dia e todos nós temos sexualidade" e sublinha que a masturbação é apenas um dos aspectos do curso.
"O programa tem muitos mais aspectos, como hábitos saudáveis, auto-estima, afectividade, identidade de género, doenças de transmissão sexual... e esperamos derrubar muitos mitos negativos sobre a masturbação, claro", explica a responsável, à BBC.
Mas os esclarecimentos não satisfazem, por exemplo, a Associação de Pais Católicos da Extremadura, que formou um grupo de protesto que ameaça levar o governo regional aos tribunais.
in Visão Online, Sexta-feira, 13 de Nov de 2009
13 de novembro de 2009
Cada lugar teu
Não sendo um especial admirador de Mafalda Veiga, hoje dei por mim com a lágrima ao canto do olho a ouvir esta música no rádio do carro, quando regressava a casa do trabalho.
Encostei o carro, levantei o som e pude então constatar que se trata de uma excelente interpretação e música, com uma letra bastante bonita e com sentimento.
Não sei se será do cansaço de uma semana para esquecer, ou se estou a ficar mais lamejas com a idade, ou se será apenas do tempo que está a ficar mais fresco... Mas que raio... parado na berma de estrada, numa sexta-feira ao fim do dia e a lagrimejar com a Mafalda Veiga??!!
12 de novembro de 2009
Malandragem
Cássia Eller, uma extraordinária cantora brasileira, e que interpreta aqui uma música e letra de outro grande cantor e compositor brasileiro, Cazuza, ambos já falecidos.
Sou...
nem o que digo,
nem o que faça, nem o que siga...
...Sou quem anda e não se muda,
sou quem cala e sempre grita
sem sossego;
sou quem vive em morte cruda
sou quem arde e não se muda
com o fogo.
Sou quem corre e está preso,
sou quem voa e não se afasta
do amor;
sou quem prazer tem por pena
sou quem pena e não se queixa
dessa dor...”
excerto da peça Don Duardos, de Gil Vicente
11 de novembro de 2009
New York, I Love You
...everyone has their own LOVE STORY.
Uma história de amor, feita de vários contos de amor, sendo cada um deles apresentado por um realizador diferente e interpretados por grandes actores.
Como "actriz" principal está a cidade de Nova Iorque....aquela que nunca dorme.
Um filme a NÃO perder!!!
P.S.1 - Por todas as razões e mais uma...este post vai para o F3lixP. :-)
P.S.2 - Pinguim...também pode ser para ti. Tens é que mudar o nome da cidade. :-)
10 de novembro de 2009
Duas palavras: ME-DO
No meu surf na net, encontrei este blog que agora partilho; Um blog dedicado às fotos de família mais "estranhas".
E se em algumas fotos surgem famílias perfeitamente normais, mas com fotos infelizes, outras há em que as pessoas são...digamos....não são muito abonadas de beleza, tornando a foto ainda mais estranha.
O "lema" do blog diz tudo: "Spreading the Awkwardness".
Em baixo deixo alguns modelitos dos muitos que podem encontrar aqui.
(clicar na foto para ampliar)
9 de novembro de 2009
8 de novembro de 2009
Alto Alentejo no NY Times
Foto NY Times
É assim que o New York Times inicia um slideshow com várias fotografias do Alto Alentejo e que acompanham o artigo que percorre a gastronomia, o alojamento, a cultura, o património e outros aspectos deste cantinho de Portugal.
Foto NY Times
Por aqui mais perto, destaque para Marvão, Castelo de Vide, Flor da Rosa (Crato) e Alter do Chão.
Foto NY Times
6 de novembro de 2009
Notícia perturbadora
Júlia Pinheiro com prioridade para receber vacina contra a gripe A
Júlia Pinheiro vai tomar a vacina contra a gripe A. A apresentadora da TVI – que actualmente está na direcção de formatação de conteúdos – faz parte da lista dos funcionários considerados “insubstituíveis e indispensáveis” pela empresa e, como tal, será imunizada contra o vírus H1N1. Desta forma, Júlia Pinheiro terá o mesmo “privilégio” que, por exemplo, o Presidente da República, o Primeiro-ministro e os restantes órgãos de soberania.
A cara d’ “As Tardes da Júlia” disse esta semana, à revista “Lux”, que provavelmente será vacinada e que está pronta para receber a vacina.
A TVI ainda não confirmou oficialmente se a apresentadora consta da lista, mas o gabinete de imprensa admitiu à SÁBADO que é provável que isso aconteça. “Ela apresenta actualmente dois programas de televisão e tem um cargo na direcção”, justificou fonte do gabinete.
À revista “Lux”, Júlia Pinheiro disse não achar perverso que jornalistas e deputados sejam vacinados à frente de outros grupos. “Cada um tem, na escala daquilo que é a sua utilidade pública e social, a sua valência e a sua importância. Existem inúmeros serviços que são absolutamente indispensáveis para que o País continue a funcionar com normalidade. E nós fazemos parte dessa cadeia”, afirmou.
Fonte oficial do Ministério da Saúde disse à SÁBADO que não tem de se pronunciar sobre esta questão, “porque cabe à empresa fazer essa escolha”. Às empresas, bem como a todos os órgãos de soberania, foi dada liberdade total para definirem os funcionários considerados “indispensáveis” ao seu funcionamento, explicou. As listas entregues à Direcção Geral de Saúde pelas empresas não são nominais. “Ou seja, apenas constará o número de pessoas que a empresa pretende que sejam vacinadas”, explicou fonte do ministério.
Notícia in Sábado
5 de novembro de 2009
Dúvidas...
- A masturbação é homicídio prematuro ou premeditado?
- E o sexo oral? Será canibalismo?
- Poderemos considerar o coito interrompido como abandono de menor?
- E o que dizer do preservativo? Por acaso será homicídio por asfixia?
3 de novembro de 2009
Gestão de Stress
2 de novembro de 2009
I got a Feeling
Para iniciar este projecto da melhor forma, nada como uma dose de energia bem positiva.
Votos de boa semana.
1 de novembro de 2009
Post Zer0
Iniciam-se hoje as emissões regulares deste blog - o meu blog pessoal.
"Arrastado" para o mundo da blogosfera pelos blogueiros TongZhi e Pinguim, desde há muito que (lhes) "prometia" um blog pessoal. Ele cá está.
Embora já ande por aqui há algum tempo, apenas como leitor e comentador, a necessidade de ter um espaço do género falou mais alto. Um espaço onde pudesse partilhar com outros as minhas idéias, as minhas fotos, as músicas de que gosto, as peças de teatro ou filmes que aprecio, mandar as minhas "bojardas" e piadas ou simplesmente partilhar o que de melhor e pior se vê pelo mundo através da internet.
Se houve coisa que me demorou algum tempo, foi a escolha do nome.
Whatever, será por ventura a expressão estrangeira (é Bem falar estrangeiro) que mais uso no meu dia-a-dia. (Facilita imenso e serve para muita coisa)
Não fossem as restrições na escolha do nome por parte dos senhores do Blogger e seria esse o nome.
Mas num serão de conversa com o "sinestésico" F3lixP (ele disse que tinha que falar dele) sobre o facto de eu querer criar um blog, acabou por ser ele a baptizá-lo. E com direito a banda sonora e tudo.
Sejam bem vindos ao meu blog. Espero poder contar com a vossa visita e participação.