25 de julho de 2011

::Cinema:: Les Amours Imaginaires

Será possível definir com precisão a fronteira que separa o afecto despretensioso da amizade daquele incontrolável desejo apaixonado que nos faz "borboletas no estômago"?

Xavier Dolan concentra-se na pergunta e dá respostas que, de tão intensas, quase nos deixam tocar as emoções do trio de "Amores Imaginários".
Marie e Francis (o próprio Dolan) são os melhores amigos e debatem-se pelo amor de Nico, um "anjo" de caracóis louros que não se poupa em afectos pelos dois. Qual deles sairá a ganhar e terá a tão desejada promoção que o elevará de "amigo" a... algo mais?

Com cores a lembrar Almodóvar e uma estética "blazée" ao estilo de Gus Van Sant, este é um filme de afectos onde a ambiguidade da sexualidade é só o cartão de visita da complexidade (polivalência?) de qualquer ser humano.

No final deste constante jogo de conquista - que faz deslizar a um ritmo enebriante imagens inovadoras, diálogos assertivos e cores hipnotizantes -, fica a certeza: quem se rende a este jogo de sedução somos mesmo nós. Delicioso!


Texto de Sofia Canelas de Castro, in VidasCM

4 comentários:

João Roque disse...

Mais um que já está sacado, à espera de ser visto; são mais que muitos...

Mike disse...

João, lembrei-me de ti de facto, que não os deixas nem pousar (os filmes entenda-se). :-)
Abraço.

Meia Noite e Um Quarto disse...

Ok...vou ver definitivamente, agora que tenho tempo...weeeeeeeeeeee!!!

Sabes que eu e a minha melhor amiga temos uma história semelhante, mas o nosso anjo é puramente platónico e é dono do restaurante onde vamos almoçar...nunca sabemos pa que lado ele dá...mas já discutimos e se fosse caso disso, partilhávamos sem problemas. Somos uns porcos...

Mike disse...

Oh caredo. A estragar-me este post tão fofinho com pormenores sórdidos. :-p
"Spare me the sordid dick tales, darling", como diria a supé tia do Herman.
(Se depois contares, tás perdoado) :-)