27 de setembro de 2011

Amor proibido

Dois idosos de Amoreiras do Mondego, Guarda, travam uma luta familiar para viverem juntos e selarem um amor interrompido há 60 anos. Quando eram novos não casaram porque eram de condição económica diferente. Agora que enviuvaram, enfrentam a oposição dos filhos.

"Havia muitas raparigas na terra, mas a Aida era a mais boneca e um dia falei-lhe", conta José Albano, de 82 anos. "Namorámos quando ela tinha apenas 15 anos e eu andava na casa dos 20. Mas, ao passo que eu era um pobretana, a família dela tinha uns bocaditos e tudo correu mal", prosseguiu, deixando adivinhar o resto da história.
"Olhe que eu cheguei a arranjar emprego no jardim do hospital da Guarda e no regresso à aldeia corri para lhe contar, mas ela já nem quis ouvir", disse desgostoso e, ainda hoje, amargurado pelo facto de, ao fim de cinco anos, a namorada de então aceitar como bons os conselhos para desposar um homem de melhor posição económica.

"Fui uma besta", reconheceu Aida, 78 anos. "Julgava eu que havia de enriquecer sem trabalhar e acabei por deixar fugir o único homem que amei", diz, com a mesma clareza que emana dos seus enormes olhos verdes.
Casou com um homem, de quem enviuvou há 40 anos e de quem teve quatro filhos. José Albano também casou, teve dois filhos e enviuvou há cinco anos.

Tantas desventuras e seis décadas depois, os dois querem finalmente viver juntos. Mas agora são os filhos de Aida, todos emigrados na Suiça, que fazem oposição.
"Quando o pai deles morreu, fui eu que o preparei para o funeral. E sempre que posso, ainda faço uns trabalhos agrícolas no que é deles. E é assim que me agradecem", lamenta José Albano.
Aida está revoltada com a situação. "Eles não quebram, mas eu também não e como sou maior e vacinada, hei-de acabar os meus dias com ele", afirmou com ternura no olhar.
"Eu só gostava de viver em paz com a mulher de quem vivi separado estes anos todos. Ela diz que não me deixa e eu também não penso fazê-lo. Veremos o que isto dá", conclui José Albano.
Sorrindo, mas com os olhos rasos de água.

Por Madalena Ferreira in JN

23 de setembro de 2011

Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o
convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Por Oswaldo Montenegro

13 de setembro de 2011

::Cinema:: Violet Tendencies



Quem não tem uma amiga destas? :-)

11 de setembro de 2011

Twin Towers

We will never forget!

10 de setembro de 2011

Pai entrega filho na esquadra por ser gay - Actualização

Investigado pai que entregou filho na PSP

A Protecção de Jovens em Risco de Gaia abriu um processo ao caso do jovem, de 15 anos, que o pai queria entregar na PSP de Valadares, após encontrá-lo num bar gay. Já o progenitor, desmente que o tenha feito e garante que procurará um médico para ajudar o menor.

A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco de Vila Nova de Gaia abriu um processo ao caso que envolveu um menor cujo o pai quis entregar na PSP de Valadares, anteontem, depois de o ter visto a entrar num bar frequentado por homossexuais, durante a madrugada, no Porto, e de lhe atribuir comportamentos agressivos em casa, devido às "más companhias".

Segundo a presidente daquela comissão, Paula Fernandes, o incidente foi comunicado à delegação Gaia/Norte daquela entidade (existem duas). Recusando adiantar detalhes sobre o estado do inquérito, a responsável revelou que está a ser acompanhado o caso.

Como adiantou o JN, na edição de ontem, o progenitor seguiu o filho de Valadares (Gaia), onde residem, até ao Porto, vendo o menor entrar na discoteca Pride. Aí, cerca das três horas da madrugada terá activado a 1ª Divisão da PSP da cidade, alegando ser heterossexual e pai de um adolescente, que queria ver retirado do espaço, porque ali se recusava a entrar.

Já com o menor e três horas depois, o pai tentou entregar o filho na esquadra de Valadares - participação, aliás, que motivou o encaminhamento para a Protecção de Menores.

Porém, ontem, ao JN, o homem, de 49 anos e engenheiro, garantiu não se ter deslocado à referida esquadra - apesar do registo -, e só admitiu o episódio no bar do Porto.

"Achei a história noticiada parecida com a minha. Nem sei se sou eu. Mas que pai tentaria entregar um filho na PSP? Acho que nem se pode! Acho!", explicou. "Se o meu filho for aquilo, irei procurar o apoio médico que for necessário. Estamos a falar de um jovem", acrescentou.

Ao JN, fonte do bar - onde se pode entrar a partir dos 16 anos - alegou que o jovem terá mostrado um cartão identificativo, em que se apresentava com 17 anos, numa primeira vez que ali se deslocou. Daí que nunca mais lhe foi questionada a idade à entrada.

in Jornal de Notícias

9 de setembro de 2011

Pai entrega filho na esquadra por ser gay

[Antes de começarem a ler, apenas relembrar que estamos em 2011 e que a notícia é de ontem.]

Desconfiou das saídas do filho à noite. Seguiu-o ontem de madrugada e quando o viu entrar num bar gay, no Porto, chamou as autoridades. Três horas depois, quis entregar o filho, com 15 anos, na esquadra da PSP de Valadares, acusando-o de ter más companhias.

Pouco passava das três horas da madrugada de ontem quando a chamada de um pai alarmado e transtornado caiu na 1.ª Divisão da PSP do Porto. Motivo: alegadamente, acabava de ver o filho menor, com 15 anos, a entrar no Pride, no Porto, um bar/discoteca composto por um público maioritariamente homossexual.

De 49 anos, o homem aguardou pacientemente na Rua do Bonjardim, junto ao Marquês, pelas autoridades. Soube o JN que, chegada uma viatura da 9.ª esquadra, pai e filho, residentes em Valadares (Vila Nova de Gaia) entraram numa troca azeda de argumentos.

De um lado, o progenitor que se mostrava chocado com a descoberta da alegada orientação sexual do filho e das "más companhias" nas suas incursões nocturnas pelo Porto, razão pela qual o havia seguido desde casa. Do outro, um adolescente que terá acusado o pai de se ausentar de casa, ser violento para com a mãe e ter levado uma vida a licenciar-se.

Resumindo, os agentes da PSP limitaram-se somente a questionar o facto mais concreto da sua chamada até ao local - um menor que entrou numa discoteca para maiores de 18 anos.

Porém, o episódio não se ficou por aqui e ganhou contornos ainda mais conflituosos. Já às 6.30 horas, o pai pegou no filho e enfiou--o na esquadra da PSP de Valadares. Ao que o JN apurou, o homem terá pedido aos agentes de turno que ficassem com o menor e o encaminhassem para a Segurança Social, alegando que "más companhias" o tornaram violento em casa.

O pai terá sido então informado de que não poderia ser realizado um auto de notícia, tendo em conta que o artigo 152.º, sobre violência doméstica, apenas poderia ser alegado em casos de duas pessoas maiores de idade. Contudo, a PSP activou o serviço de emergência social - de modo a ser solucionado um albergue para o menor.

Só que, devido aos 15 anos do adolescente, este já se encontraria no patamar da autonomia no que toca a poder ser institucionalizado. Daí que, perante a impossibilidade da esquadra de Valadares lhe ficar com o filho, para ser encaminhado para uma instituição, o homem acabou por sair da Polícia acompanhado pelo menor.

Segundo Dulce Rocha, ex-presidente da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, "não há qualquer fundamento para alguém dizer que não se quer mais responsabilizar por um filho".

"Os pais têm deveres de assistência parental, como a alimentação e outros. Não se pode dizer "Já não quero assumir as minhas funções parentais". Agora, se essa vida em comum se deteriorar, talvez seja melhor optar-se por um outro acolhimento familiar", reagiu Dulce Rocha, ao JN, perante este caso.

8 de setembro de 2011

On fire!!!

Os Bombeiros de Bilbao decidiram dar o corpo ao manifesto (literalmente!) e ganhar uns trocos com um calendário para 2011 mostrando aquilo que têm de melhor (e não estou a falar no trabalho de auxílio à população).
Embora não existam números oficiais, quer-me parecer que será elevada a taxa de chamadas falsas e falsos pedidos de ajuda.












5 de setembro de 2011

::Cinema:: You Should Meet My Son!



Alguém quer conhecer o filho da senhora?! :-)

2 de setembro de 2011

Olhó blog...

... Acabadinho de sair, ainda quentinho e super fofinho.


Há um novo espaço a habitar a blogosfera....AQUI!